Negociação de energia no mercado Livre: Estratégias para otimizar resultados
O mercado livre de energia oferece às empresas a oportunidade de negociar o seu fornecimento com um número muito grande de ofertantes, obtendo condições mais favoráveis e preços competitivos. Para aproveitar plenamente essas oportunidades, é essencial entender os diferentes modelos de negociação disponíveis, suas vantagens, riscos e como mitigá-los.
Neste artigo, vamos explorar os dois principais modelos de negociação utilizados no mercado livre de energia: negociação bilateral e leilões. O sucesso de qualquer um deles dependerá sempre da estratégia desenvolvida e os procedimentos que foram adotados.
Estratégia de negociação
A estratégia de negociação vai determinar os resultados do processo de compra e venda de energia. Entre outros os pontos a observar são: o produto a negociar; as informações da sua empresa; o volume a negociar.
Produto a negociar: Assim como com qualquer outra comodity, é necessário especificar detalhadamente o produto negociado: o tipo de energia; o submercado de entrega; a flexibilidade de volume são os mais usuais. No entanto, duas outras flexibilidades devem também ser consideradas: a sazonalização do contrato e a modulação.
Sazonalização dos contratos: A sazonalização visa atender às empresas que apresentam necessidades de energia que variam ao longo do ano. Por exemplo, uma fábrica de sorvetes consumirá mais energia no verão do que no inverno. Essa flexibilidade ajudará muito a ajustar as necessidades de sua empresa ao longo do ano.
Modulação: A modulação diz respeito ao volume de energia que será recebido hora a hora ao longo dos meses. O ideal sempre é que a modulação seja com o perfil de carga. Ou seja, o vendedor estará entregando energia a cada hora de acordo com o consumo realizado. Essa prática tende a ser cada vez mais importante, uma vez que as fontes renováveis, como a solar, têm maior geração em determinadas horas do dia, fazendo com que os preços nesses horários sejam mais baixos.
Volume a negociar: Nas negociações com maior volume de energia há riscos de elevação de preços por restrições do mercado fornecedor. Por exemplo, em um processo de compra de energia de 10 MW médios é provável que poucos fornecedores tenham disponibilidade para vender esse volume de energia. A maior parte dos convidados buscará junto a outros fornecedores parte do volume que necessita para completar sua oferta. Um resultado possível é o aumento dos preços de mercado. Uma estratégia usual é “fatiar” a compra e fazer vários processos menores ao longo do tempo.
Informações da sua empresa
Um fator relevante é “vender” sua empresa para o mercado. Nem todas as empresas são conhecidas dos fornecedores de energia. Ter informações sobre o porte da empresa, seus balanços financeiros, o mercado que atua e sua pontualidade nos pagamentos ajuda muito a obter os melhores preços de mercado.
Afinal, os proponentes de mercado vão dar preferência a fazer negócios com empresas que apresentam bom histórico de pagamentos de seus compromissos e apresentam um rating mais elevado. Porisso, ao iniciar um processo de negociação, gaste um tempo produzindo informações claras da sua empresa e, se possível, envie com o Edital de Contratação as informações financeiras dos últimos dois ou três anos.
Você vai notar que o processo se torna mais competitivo, com um número maior de empresas ofertando e apresentando os melhores preços de mercado.
Negociação Bilateral
A negociação bilateral envolve a negociação de energia diretamente entre as partes: o comprador e o fornecedor de energia. Este modelo permite acordos personalizados que atendem às necessidades específicas de ambas as partes.
O processo de negociação, normalmente, é feito a partir de um “Edital” que específica as condições de compra e venda de energia e seleciona um conjunto de fornecedores a negociar. Quanto maior o número de ofertantes, maior as chances de obter as melhores condições comerciais praticadas no mercado. Um número reduzido de ofertantes poderá resultar em preços mais elevados e melhor competitividade.
É importante destacar que a diferença de preços entre os maiores e melhores preços de mercado pode superar facilmente 10% na maior parte do tempo.
O uso de ferramentas digitais para negociação de energia permite convidar um número elevado de proponentes, aumentando a probabilidade de obter os menores preços do mercado. Essas ferramentas oferecem maior transparência e controle sobre o processo de negociação, garantindo que todas as condições sejam claramente definidas e acordadas.
Leilões de Energia
Leilões de energia são processos estruturados onde os proponentes competem para oferecer as melhores condições possíveis. Existem diferentes tipos de leilões, que são usados para as diversas finalidades, como os de comodities ou para objetos de arte.
Os leilões reversos são os mais usados no mercado de energia. Nesse procedimento, o proponente oferece sua proposta ao vivo ou em uma plataforma digital que mostra os lances e o atendimento das melhores condições de mercado.
Uma das principais vantagens dos leilões é a competitividade. O formato de leilão incentiva a competição entre fornecedores, resultando em ofertas mais competitivas. Além disso, são mais transparentes, garantindo uma negociação justa.
A Plataforma Digital Orange facilita a automação de todo processo de compra e venda de energia, oferecendo ferramentas avançadas para negociações bilaterais e leilões. Também contempla um conjunto importante de informações de fornecedores de energia.
Adotar essas tecnologias não apenas aumenta a eficiência, mas também garante decisões de compra mais informadas e estratégicas.
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